Dor crônica inguinal acomete aproximadamente 10% dos pacientes após cirurgia de hérnia inguinal. Conheça as causas do problema, como a condição se manifesta e como é o tratamento.
A dor crônica inguinal é uma síndrome dolorosa que pode surgir em um período de 3 a 6 meses depois da realização da herniorrafia, a cirurgia para correção da hérnia inguinal.
A complicação é caracterizada pela dor persistente na região da virilha, formigamento, queimação e irradiação da dor para a região genital e coxas.
Estudos mostram que cerca de 63% dos pacientes podem apresentar algum tipo de desconforto eventual após um ano de cirurgia, enquanto 10% deles serão acometidos pela dor crônica inguinal, que pode afetar seriamente a qualidade de vida se não houver o tratamento adequado.
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Quais são as causas da dor crônica inguinal?
Existem alguns elementos que podem ter relação com o desenvolvimento de dor crônica inguinal. A dor somática, por exemplo, pode estar relacionada à presença de fios de sutura, tela, clipes ou outros materiais sintéticos utilizados no procedimento cirúrgico, dando início a um processo inflamatório no local.
Já a neuralgia crônica, também chamada de nevralgia, consiste na dor resultante de um estímulo anormal nos nervos, podendo apresentar manifestação primária ou secundária.
A neuralgia crônica primária é causada por um trauma cirúrgico que acometeu indevidamente os nervos da região inguinal, como por secção parcial, estiramento, esmagamento e outros. Geralmente, nesses casos, a dor continua para além do período normal do pós-operatório, não sendo amenizada por analgésicos.
A neuralgia crônica secundária pode se manifestar meses ou anos após a cirurgia. Nesses casos, o problema costuma estar associado à fibrose perineural, um processo inflamatório ocasionado por fios de sutura ou telas sintéticas (próteses) utilizadas para reforçar a região inguinal em cirurgias de hérnia.
Quais os sintomas?
A dor crônica inguinal nem sempre se manifesta da mesma forma, uma vez que as causas podem ser variadas. Elas são classificadas em três tipos:
- Neuropática: tipo de dor causada por lesões/compressões nos nervos da região inguinal, sendo que nesse caso a dor crônica inguinal é intensa no ponto lesionado, podendo causar dormência ou queimação, com sintomas que irradiam para a região genital e coxas. Pode se tornar incapacitante e resultar em manifestações secundárias, como a depressão;
- Somática: a dor somática em quadro de dor crônica inguinal é amenizada em repouso, mas torna-se intensa com o movimento devido à tração do ligamento inguinal;
Como é realizado o diagnóstico da dor crônica Inguinal?
O diagnóstico da dor crônica inguinal é viabilizado pelo exame físico e anamnese do paciente, pois trata-se de um quadro clínico característico, associado a um ponto doloroso na região inguinal.
Exames de imagem como a ultrassonografia e ressonância magnética auxiliam o médico no diagnóstico correto para excluir outras doenças que também podem causar a dor crônica, como tendinite dos adutores e pubeíte, além de descartar uma possível recidiva da hérnia.
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Como evitar a dor crônica inguinal?
Um aspecto complexo em relação à dor crônica inguinal é a inviabilidade de saber previamente quais pacientes podem apresentar uma evolução do quadro pós-cirúrgico apresentando síndrome dolorosa posteriormente.
Assim, a melhor forma para prevenir a incidência de dor é escolher um cirurgião qualificado, com conhecimento profundo da anatomia do local e experiente para a realização da cirurgia de hérnia.
Existem diversos cuidados que podem ser adotados pelo especialista durante a execução da cirurgia de hérnia inguinal, que minimizam os riscos do surgimento dessa complicação posterior.
A recomendação é que a cirurgia de hérnia abdominal seja tratada pelo cirurgião do aparelho digestivo, que possui um conhecimento mais amplo da anatomia abdominal para identificar e preservar os nervos inguinais, minimizando as chances de possíveis traumas ou lesões nos tecidos adjacentes à hérnia.
A possibilidade de optar pela hernioplastia por via laparoscópica também é favorável à menor incidência de dor crônica inguinal, já que se trata de um procedimento minimamente invasivo.
Ao apresentar dor inguinal sem abaulamento aparente, é fundamental consultar um médico para que sejam realizados exames complementares, como a ressonância magnética, que viabilizem o correto diagnóstico do caso antes de qualquer intervenção cirúrgica, uma vez que os pacientes que têm muita dor antes da cirurgia, tem maior risco de desenvolver dor crônica inguinal.
Tratamento
O tratamento para dor crônica inguinal sempre vai depender da correta categorização da dor, se é somática ou neurálgica. Além disso, as especificidades do caso devem sempre ser observadas para a definição da conduta ideal, de preferência por uma equipe multidisciplinar.
Trata-se de um tratamento complexo, que deve ser individualizado de acordo com o antecedente do paciente e características da dor.
Os tratamentos conservadores com o uso de medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos, anticonvulsivantes e bloqueios com infiltração anestésica são utilizados como primeira opção antes de se pensar em nova cirurgia. Outras terapias alternativas já foram alvo de alguns estudos científicos e mostraram resultados promissores para tratamento da dor crônica, entre elas:
- Crioablação: com uso de nitrogênio líquido, a terminação nervosa é destruída;
- Radiofrequência pulsada;
- Neuromodulação com uso de eletrodos, promovendo a alteração da atividade dos nervos.
- Acupuntura
Nos casos de o paciente seguir com dor sem melhora com uso de medicamentos e a persistência da dor torna-se incapacitante, o tratamento cirúrgico pode ser uma opção. O procedimento pode envolver cirurgia aberta, laparoscópica, robótica ou híbrida.
O planejamento cirúrgico é de vital importância para melhores chances de desfecho positivo com alívio da dor do paciente e restauro da qualidade de vida.
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Fontes: