Cirurgias de Hérnia

Atualizado em: 23/08/2024

Diferentes tipos de cirurgia de hérnia garantem segurança ao paciente, mas o diagnóstico e acompanhamento devem ser realizados por um médico especializado

O termo hérnia consiste em uma passagem de um conteúdo para um lugar que não lhe pertence. Por exemplo, no caso da hérnia abdominal trata-se do vazamento de órgãos e tecidos para fora da parede abdominal, através de um orifício na mesma, gerando uma saliência ou protuberância.

A cirurgia de hérnia é o único tratamento definitivo possível para esses casos. Ainda que possa existir um acompanhamento com um médico indicado e com prescrição medicamentosa, apenas a operação permite restabelecer os tecidos no local de origem e fechar o orifício que desencadeou a condição.

A seguir saiba como a hérnia se forma, quando a cirurgia de hérnia é indicada e quais são as técnicas cirúrgicas utilizadas nesse tratamento.

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Como a hérnia se forma?

Geralmente, em casos de hérnia abdominal, o problema está associado a uma fraqueza da parede abdominal — que faz com que um pequeno orifício se desenvolva, por onde os órgãos e tecidos de dentro do abdômen extravasem através dele.

A formação das hérnias também pode estar associada aos hábitos e estilo de vida do paciente. Pessoas que fazem esforço físico intenso, que têm doenças que afetam o colágeno ou com fraqueza muscular, por exemplo, são mais suscetíveis a desenvolver a condição.

Destaca-se ainda que existem diferentes tipos de hérnia abdominal, de forma que as classificações variam de acordo com a localização e causa da hérnia. São elas:

  • Hérnia inguinal: acomete principalmente homens e consiste na formação do abaulamento na região da virilha;
  • Hérnia umbilical: desencadeada pelos tecidos do umbigo ou próximo a ele;
  • Hérnia epigástrica: quando a saliência está localizada entre o umbigo e tórax, ficando na região do meio do abdômen;
  • Hérnia incisional: quando o orifício surge em um tecido cicatricial decorrente de cirurgias abdominais prévias.

Além das hérnias da parede abdominal, existem outros tipos de hérnias, como de hiato na qual um alargamento no diafragma resulta no extravasamento de parte do estômago para a região torácica.

Quando a cirurgia é indicada?

O tratamento de hérnia, independentemente da região acometida, é realizado por meio cirúrgico. Os medicamentos são utilizados apenas para controle dos sintomas comuns aos pacientes diagnosticados, sendo mais comum a dor.

Os remédios também são prescritos no pós-operatório para minimizar o incômodo do processo de recuperação.

As hérnias abdominais são uma condição que só pode ser revertida através de uma cirurgia de hérnia. No entanto, a urgência do procedimento pode variar. Em geral, as hérnias são condições estáveis, sendo diagnosticadas por exame físico e de imagem após identificação do abaulamento.

Nessas situações, a cirurgia de hérnia pode ser agendada e o prazo pode depender da saúde geral do paciente, dos sintomas associados e dos riscos de agravamento.

Em alguns casos, o especialista pode optar por um monitoramento do quadro e sugerir alterações no dia a dia do paciente (como alimentação e cuidado ao realizar esforço físico). O acompanhamento da hérnia é indicado quando a situação está controlada, como uma hérnia pequena e assintomática.

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Entretanto, existem situações de agravamento da hérnia que demandam intervenção cirúrgica de mais urgência. São elas:

  • Hérnia encarcerada: ocorre quando o órgão ou conteúdo fica preso no orifício, não retornando para dentro da cavidade abdominal. Isso geralmente aumenta a dor e pode reduzir a circulação sanguínea do órgão, comprometendo o funcionamento e podendo causar lesão dos tecidos;
  • Hérnia estrangulada: esta é a condição mais grave e que demanda cirurgia de hérnia de emergência, pois o fluxo sanguíneo para o órgão é nitidamente interrompido, podendo causar necrose dos tecidos, perfuração intestinal e óbito.

Nesses casos, a hérnia — que geralmente é aparente, mas indolor — começa a apresentar sintomas associados como: dor intensa, náuseas, vômito, febre e vermelhidão.

Portanto, apesar de a cirurgia de hérnia ser a conduta padrão para o tratamento dessa condição, apenas o cirurgião poderá avaliar quem deve fazer a cirurgia considerando a gravidade do caso, chances de complicações, saúde do paciente e sintomas associados.

Quais os tipos de cirurgia de hérnia e como cada um é realizado?

Atualmente, existem três modos de operar as hérnias da parede abdominal. A cirurgia aberta, também tida como tradicional, a laparoscópica e a robótica, sendo que as duas últimas alternativas são as menos invasivas e que demandam menor tempo de recuperação ao paciente.

Identificar qual será o protocolo de tratamento e de cirurgia de hérnia a ser aplicada depende de alguns fatores, em especial, à condição clínica do paciente e as características da hérnia em si, a fim de escolher o método que trará a melhor resolução do problema.

Na Hernia Clinic, o paciente conta com uma equipe multidisciplinar capaz de prover o tratamento mais adequado a cada paciente. Integram a equipe o Dr. Paulo Henrique Fogaça de Barros, Dr. Iron Pires de Abreu Neto e Dr. Bruno Hernani, todos estudiosos no assunto e especializados em oferecer boas práticas acerca do tratamento de hérnia.

Entenda cada uma das cirurgias de hérnia a seguir.

Cirurgia aberta

A cirurgia de hérnia aberta é considerada o protocolo mais tradicional de tratamento da patologia. Até a década de 1990 era a única cirurgia possível ao tratar a condição, sendo considerado um procedimento de média complexidade.

Como é feita a cirurgia aberta de hérnia?

Para que o cirurgião possa ter acesso ao local em que o abaulamento teve início, é necessária uma incisão (corte). Com acesso visual, o cirurgião devolverá o órgão que se infiltrou pelo orifício.

Para impedir que ocorra uma recidiva da hérnia, pode ser utilizada uma tela de polipropileno (plástico) que é agregada à musculatura que apresentou esse afrouxamento, fornecendo um reforço à região.

As telas utilizadas na cirurgia são consideradas biologicamente inertes, com incidência muito rara de reações ou rejeição.

Qual a anestesia da cirurgia aberta?

No caso da cirurgia aberta, o cirurgião e o anestesista podem optar pela anestesia local com sedação, anestesia raquidiana/peridural ou anestesia geral. Isso é definido após avaliação do tamanho/localização das hérnias e exames clínicos.

Pós-operatório

O paciente ficará internado de um a quatro dias após a cirurgia, a depender do tamanho da hérnia e da complexidade do procedimento. Passado esse período, os cuidados em casa são simples e incluem:

  • Repouso relativo na primeira semana após a cirurgia;
  • Não carregar peso ou praticar exercícios;
  • Ingerir alimentos ricos em fibras para evitar a prisão de ventre;
  • Tomar todos os medicamentos prescritos pelo médico.

Tempo de recuperação?

Quase todos os pacientes devem estar completamente confortáveis dentro de 1 a 2 semanas. Para isso, é recomendado que o paciente faça uso dos analgésicos como recomendado, apoie a área cirúrgica durante tosse, espirros ou esforço nos primeiros dias após sua operação e faça as atividades de rotina que se sentir capaz de realizar.

O paciente está liberado para o retorno das atividades rotineiras, como trabalhar e estudar, geralmente em até duas semanas. A prática de exercícios é liberada geralmente a partir do trigésimo dia após o procedimento, variando de caso a caso. De forma geral, o paciente deve diminuir o traumatismo na região da cirurgia por seis semanas após o procedimento.

Cirurgia Laparoscópica

A técnica de cirurgia de hérnia laparoscópica é um procedimento minimamente invasivo, em que o tempo de recuperação do paciente é menor e a cicatriz resultante é mínima.

A cirurgia de hérnia por via laparoscópica é feita com pequenas incisões, em que uma câmera auxilia o cirurgião a ter uma visão completa da região e a manipulação dos instrumentos cirúrgicos.

Esse procedimento tem duração variada e assim como na técnica aberta, uma tela pode ser acoplada à musculatura para diminuir a chance de recidiva da hérnia.

Qual a anestesia?

Utiliza-se a anestesia geral, pois o paciente precisa de um relaxamento completo da musculatura para a execução correta da técnica.

Como é o pós-operatório?

O paciente geralmente não fica internado por mais de dois dias. Em casa, ele deverá tomar toda a medicação prescrita, sendo que todos os cuidados são idênticos aos da cirurgia aberta, como anteriormente explicados.

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Cirurgia Robótica

A técnica mais avançada de tratamento cirúrgico de hérnia, a cirurgia robótica é feita inteiramente por um robô que é controlado pelo cirurgião. Nessa conduta, médicos auxiliares ficam próximo ao paciente e o cirurgião comanda o robô por controles.

Assim como na cirurgia laparoscópica, a cirurgia de hérnia robótica inclui pequenas incisões, enquanto todos os instrumentos são operados de forma remota para relocação dos órgãos dentro da cavidade abdominal e posterior fechamento do orifício com uso de tela cirúrgica.

Qual a anestesia utilizada?

Semelhante à cirurgia laparoscópica, o procedimento demanda o uso da anestesia geral para o completo relaxamento da musculatura do paciente.

Pós-operatório

A metodologia da cirurgia de hérnia robótica é minimamente invasiva, sendo que o paciente fica internado geralmente por apenas um ou dois dias para observação.

Após alta hospitalar, são indicados alguns cuidados, sendo eles: repouso, evitar esforço ou carregar peso, comer alimentos ricos em fibras para evitar a prisão de ventre e facilitar a evacuação; tomar todos os medicamentos prescritos.

Quais são os riscos da cirurgia de hérnia?

A cirurgia de hérnia é considerada uma conduta segura e com poucas chances de complicações devido à sua padronização e baixa/média complexidade. No entanto, como toda intervenção operatória, há riscos associados. Os principais são:

  • Equimoses;
  • Hematomas;
  • Seromas (acúmulo de líquido na região operada);
  • Infecções superficiais do corte;
  • Sangramento;
  • Além desses, existem complicações mais raras como Lesões de alças intestinais, lesões vasculares, infecções graves, sepse, anafilaxia.

Esses riscos são apresentados ao paciente antes da realização do procedimento e avaliados cuidadosamente pela equipe médica. Alguns pacientes também apresentam sensação de formigamento ou amortecimento no local nas semanas posteriores à operação, mas essa condição é superada conforme a recuperação evolui.

A recidiva da hérnia não é comum, ocorrendo em menos de 1% nos casos de hérnia inguinal. Em hérnias ventrais e incisionais esse número é maior, podendo chegar a 10-15% em hérnias grandes e complexas.

O que acontece se a cirurgia de hérnia não for realizada?

Como visto, o risco não é de não realizar a cirurgia de hérnia em si, mas não ter acompanhamento médico apropriado à condição. Alguns pacientes serão dissuadidos pelo médico a aderir a esse tratamento quando a hérnia não apresentar sintomas ou riscos, no entanto, o monitoramento deve acontecer periodicamente.

Caso o paciente tenha a hérnia diagnosticada e seja recomendada a cirurgia, mas ele opte por não fazê-la, existem riscos de complicações do quadro, como a hérnia encarcerada ou estrangulada, podendo motivar uma intervenção cirúrgica de emergência.

Também é perigosa a ausência de diagnóstico, como quando o paciente identifica os sintomas da hérnia ou abaulamento na região abdominal, mas não procura assistência médica. Nesses casos, ele fica suscetível ao agravamento do caso e necessidade de intervenção de urgência.

Portanto, a cirurgia de hérnia pode ser realizada com diferentes técnicas cirúrgicas seguras e eficazes, mas a recomendação depende de uma avaliação médica especializada individual. Conheça mais sobre a Hernia Clinic e seu time de especialistas!

 

Fontes:

Hernia Clinic

Dr Iron Pires Hernia Clinic

Dr. Iron Pires

CRM: 147920

CIRURGIA DO APARELHO DIGESTIVO - RQE Nº: 75353

CIRURGIA GERAL - RQE Nº: 75352

Membro do Centro de Oncologia do Hospital BP Mirante; Membro da Sociedade Americana de Hérnia; Membro da Associação Internacional de Cirurgia Hepato Pancreato Biliar.

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