Se você notar um inchaço anormal no abdômen que persiste mesmo após dietas e mudanças de estilo de vida, pode estar diante de uma hérnia abdominal. Esse problema é comum, mas pode se tornar grave se não for diagnosticado e tratado corretamente. Entenda mais sobre esse assunto!

Inchaços incomuns no abdômen, muitas vezes ignorados ou atribuídos a fatores como sedentarismo, alimentação ou idade, podem esconder um problema mais sério: uma hérnia da parede abdominal.
Essa condição ocorre quando há uma falha ou enfraquecimento na musculatura da parede abdominal, permitindo que parte de um órgão interno, como o intestino, se projete para fora.
Um caso emblemático é o de uma mulher de 45 anos, que acreditava estar apenas ganhando peso com o tempo. Após tentativas frustradas de emagrecimento, decidiu fazer uma cirurgia bariátrica.
Durante os exames pré-operatórios, foi descoberta a verdadeira causa do aumento abdominal: uma hérnia na parede abdominal.
Após três cirurgias e a interrupção do tabagismo, ela finalmente conseguiu se recuperar. O relato evidencia como as hérnias podem permanecer disfarçadas por anos, confundindo diagnósticos e atrasando o tratamento adequado.
Neste artigo, abordaremos os principais tipos de hérnias e suas causas, os sintomas que merecem atenção e os tratamentos mais indicados. Leia até o final e saiba mais!
Tipos de hérnias abdominais e o que pode causá-las
As hérnias abdominais podem se apresentar de diferentes formas e localizações, sendo classificadas de acordo com o ponto de fraqueza na parede abdominal. Os tipos mais comuns incluem:
- Hérnia umbilical: ocorre ao redor do umbigo, comum em recém-nascidos e adultos com obesidade ou esforço abdominal excessivo.
- Hérnia inguinal: mais frequente em homens, aparece na virilha e pode descer até o escroto.
- Hérnia epigástrica: surge na linha média superior do abdômen.
- Hérnia incisional: resultado de cicatrizes de cirurgias anteriores, onde a musculatura não se recompôs adequadamente.
- Hérnia femoral: mais rara, ocorre abaixo da virilha, sendo mais comum em mulheres.
As principais causas incluem:
- Fragilidade congênita na parede abdominal
- Obesidade e sobrepeso
- Esforço físico intenso e repetitivo
- Tosse crônica ou constipação severa
- Gravidez múltipla ou com grandes aumentos abdominais
- Cirurgias anteriores na região
Essas condições aumentam a pressão intra-abdominal ou comprometem a integridade muscular, favorecendo o surgimento das hérnias.
É importante lembrar que, mesmo pequenas, essas formações devem ser acompanhadas por um especialista, pois podem evoluir silenciosamente e causar complicações.
Como identificar os sintomas e quando se preocupar
Os sintomas das hérnias abdominais variam conforme o tipo, localização e estágio da doença.
Em muitos casos, o sinal mais evidente é um inchaço ou abaulamento que aparece ao ficar de pé, tossir, levantar peso ou realizar esforço físico, e que pode desaparecer quando a pessoa está deitada.
Outros sinais comuns incluem:
- Sensação de peso ou pressão no local da hérnia
- Dor leve ou desconforto que piora com o esforço
- Aumento do volume abdominal, especialmente em pé
Sinais de alarme, que indicam urgência médica, incluem:
- Dor abdominal intensa e súbita
- Inchaço que não regride ao repouso
- Náuseas e vômitos
- Dificuldade para evacuar ou eliminar gases
- Mudança na coloração da pele sobre o inchaço
Esses sinais podem indicar complicações como encarceramento (quando a hérnia fica presa) ou estrangulamento (quando há corte do fluxo sanguíneo para o tecido herniado), situações que exigem cirurgia imediata.
Tratamentos disponíveis: cirurgia e alternativas menos invasivas
O tratamento para hérnia abdominal depende do tipo, tamanho e sintomas apresentados. Em casos assintomáticos e com baixo risco de complicações, o médico pode optar por apenas observar a evolução, especialmente quando a hérnia é pequena.
Contudo, na maioria dos casos, o tratamento definitivo é cirúrgico. Existem diferentes técnicas:
- Cirurgia aberta: realizada por meio de corte na região da hérnia, com ou sem colocação de tela para reforçar a parede abdominal
- Videolaparoscopia: procedimento minimamente invasivo, com pequenas incisões e recuperação mais rápida
- Cirurgia robótica: oferece maior precisão e menor trauma para o paciente, técnica que vem ganhando cada vez mais espaço.
A decisão pelo tipo de tratamento deve sempre considerar o histórico clínico do paciente, com orientação de um especialista em parede abdominal. O diagnóstico precoce e o planejamento adequado aumentam significativamente as chances de recuperação completa e evitam cirurgias de emergência.
Saiba mais: Você está no grupo de risco para desenvolver hérnia abdominal?