A hérnia da parede abdominal é uma doença que exige atenção e cuidado por parte do paciente e equipe médica. Tal acompanhamento tem como objetivo evitar complicações da patologia, como o caso de hérnia encarcerada.
Em geral, a hérnia surge como um volume ou abaulamento que extravasou das cavidades abdominais por meio de um orifício inesperado. Ela pode surgir rapidamente após um esforço intenso — como, por exemplo carregar peso — ou demorar anos para se formar, não causando grandes incômodos. No entanto, no caso da hérnia encarcerada e hérnias abdominais deve-se procurar ajuda médica imediatamente.
Quando uma hérnia está presente, qualquer tipo de atividade que demanda esforço físico pode causar um crescimento dela, como musculação, acessos de tosse, dificuldade para evacuar, entre outras.
Ainda que a hérnia possa manter-se estável, existem riscos de que ela tenha um quadro agravado, resultando em complicações, como a hérnia encarcerada ou estrangulada. Saiba mais do que se trata essas condições a seguir.
O que é o encarceramento de uma hérnia?
A hérnia encarcerada pode ocorrer em diferentes localizações da doença, como umbilical, inguinal, incisional, epigástrica e a femoral. Ela é considerada encarcerada quando o conteúdo se torna fixo no orifício, não sendo possível reposicioná-lo dentro da cavidade abdominal.
Essa situação pode ocorrer devido ao grande volume de órgãos vazados do local ou devido ao tamanho apertado do orifício herniário. Essa ocorrência é mais comum nas hérnias femorais devido ao limite rígido do anel femoral.
Na hérnia encarcerada ocorre uma redução do fluxo sanguíneo do órgão preso afetado, causando dor na região e lesão dos tecidos. Se o fluxo sanguíneo for interrompido, o quadro agrava-se para uma hérnia estrangulada.
Nesses casos, se não houver um tratamento precoce, poderá ocorrer necrose e morte dos tecidos, podendo, inclusive levar a perfuração do intestino, causando o vazamento de fezes e de líquido intestinal e consequente infecção, fatos esses que podem ser fatais ao paciente.
Devido ao grave quadro quando ocorre complicações da hérnia, o mais recomendado é que o paciente seja submetido a uma cirurgia já quando ela for diagnosticada com encarceramento.
Entre os sintomas da hérnia encarcerada estão:
- Fortes dores abdominais no local;
- Náusea;
- Vômito;
- Dificuldade para evacuar e soltar gases.
Portanto, os riscos relacionados à hérnia encarcerada são graves, podendo provocar danos permanentes na região abdominal e, inclusive, o óbito do paciente se a situação evoluir para uma hérnia estrangulada sem um atendimento médico emergencial especializado.
Qual o tratamento da hérnia encarcerada na região do abdome?
Quando um paciente é diagnosticado com hérnia, mas não aparenta nenhuma complicação, o tratamento recomendado consiste em uma hernioplastia que pode ser agendada para ser realizada com calma. No entanto, o tratamento cirúrgico é o único possível para eliminar definitivamente uma hérnia.
No caso da hérnia encarcerada o tratamento também é cirúrgico, mas devido à potencial gravidade do quadro ele deve ser conduzido emergencialmente. Nesses casos, a cirurgia de hérnia torna-se mais complexa, pois, será necessário mexer no orifício que permitiu o extravasamento desses tecidos antes de reposicionar às estruturas abdominais.
Posteriormente é realizado o fechamento do orifício com ou sem o fortalecimento da região com uso de prótese, ou tela, a depender das condições do local. O paciente poderá ficar internado entre um ou mais dias, de acordo com a evolução do quadro.
A hérnia encarcerada, portanto, é uma condição grave e que necessita de tratamento médico especializado com urgência para garantir a plena recuperação do paciente.
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[CTA]Fonte: Revista Eletrônica da PUC-SP