As hérnias podem surgir por diversas razões e em regiões diferentes do abdômen. Porém, todas têm em comum uma coisa: o tratamento definitivo é cirúrgico
Hérnia da parede abdominal é um termo médico utilizado para descrever o escape de um ou mais órgãos por um orifício que se abriu nas camadas de tecido que protegem os órgãos. Isso pode ocorrer tanto por uma má-formação quanto por um enfraquecimento da musculatura da região. Ao se deslocar, o órgão afetado fica saliente por baixo da pele.
Conheça, abaixo, os tipos mais comuns de hérnias abdominais.
Tipos de hérnias da parede abdominal
Os tipos de hérnias da parede abdominal se dividem conforme a região em que a hérnia se localiza.
Hérnias umbilicais
Este tipo de hérnia da parede abdominal encontra-se próximo do umbigo e é geralmente causado pela passagem de alguma gordura ou alça intestinal através do tecido muscular. A maioria dessas hérnias é congênita (pelo não fechamento adequado da cicatriz umbilical na infância), por isso são mais comuns em bebês. Muitas vezes, ocorre o fechamento espontâneo do anel herniário até os dois anos de idade, não sendo necessário qualquer tipo de tratamento.
Hérnias epigástricas
Surgem devido a uma falha na linha média do abdômen, entre os músculos retos abdominais, dois músculos localizados na parte anterior e central do abdômen. Esse tipo de hérnia da parede abdominal aparece acima do umbigo, geralmente é pequeno e tem como sintoma apenas uma saliência ou “bolinha” na parte superior da barriga.
Hérnia de Spiegel
Este tipo de hérnia da parede abdominal surge mais frequentemente na lateral do abdômen, um pouco abaixo da linha da cicatriz umbilical. Por conta da conformação dos músculos da parede abdominal, a região pode apresentar uma fraqueza que, associada a fatores de risco que aumentam a pressão intra-abdominal, como tosse crônica e obesidade, leva à formação da hérnia de Spiegel.
Hérnias incisionais
Ocorrem em locais de cicatrizes cirúrgicas, meses ou anos depois da cirurgia. Tem como causa uma falha na cicatrização dos tecidos musculares suturados (costurados). Pacientes que fumam, diabéticos, obesos, desnutridos, com histórico de infecção na ferida cirúrgica e os que foram submetidos a cirurgias de emergência fazem parte dos principais grupos de risco para desenvolver esse tipo de hérnia da parede abdominal.
Causas das hérnias da parede abdominal
Os principais fatores de risco relacionados ao aparecimento das hérnias abdominais são:
- Levantamento de peso com frequência;
- Gestações múltiplas;
- Tosse frequente;
- Fazer muita força para defecar;
- Doenças do colágeno ou que afetem a cicatrização.
Opções de tratamento
Para os diversos tipos de hérnias da parede abdominal, o único tratamento que pode corrigir permanentemente o problema é a cirurgia. Hérnias pequenas e assintomáticas podem, eventualmente, ser manejadas conservadoramente apenas com observação, desde que supervisionadas por um especialista.
O procedimento cirúrgico é seguro, com um risco baixo de complicações. Ele é indicado principalmente quando a hérnia causa sintomas que podem variar desde a sensação de peso local e tensão até dor.
O objetivo é prevenir complicações agudas e, muitas vezes, graves, como encarceramento ou estrangulamento herniário, que leva à necrose dos tecidos e à morte deles.
A cirurgia pode ser feita de maneira tradicional (aberta) ou minimamente invasiva (por laparoscopia ou robótica), que proporciona recuperação mais rápida do paciente, menor dor local e menor risco de complicações, como hemorragia e infecção.
O objetivo do procedimento é colocar o órgão deslocado de volta para dentro do abdômen. Feito isso, o orifício formado é suturado. Em alguns casos, o cirurgião reforça a parede abdominal com uma espécie de tela, desenvolvida com material resistente, para evitar que o problema volte a ocorrer.
A recuperação pós-operatória inicial é rápida, podendo o paciente ter alta no mesmo dia ou em até um dia de internação, dependendo do tipo e tamanho da hérnia.
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Fontes: